3 Janeiro 2014
Publicada por Um Dia à Vez
Ao contrário do que Beatriz disse
ontem, ela hoje não apareceu. Ainda bem, porque não tinha qualquer poema para
ela.
O que aconteceu foi um voltar aos
velhos tempos. Acordei sozinho, envolto na pretensa tranquilidade branca do meu
quarto, sem que vivalma viesse até ao meu quarto. Nenhum médico nem nenhuma
enfermeira. Tudo o que recebi foi a característica folha branca para
acrescentar ao meu diário, vinda da fresta por baixo da porta da minha cela.
Será que de algum modo os
responsáveis desta prisão sabem da simpatia que Beatriz parece nutrir por mim?
E desse modo impediram-na de vir até à minha divisão?
Odeio estes dias em que a minha
única companhia é o meu cérebro…
Carlos Costa, Sintra
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