24 Novembro 2013
Publicada por Um Dia à Vez
Não consigo explicar o que se passa na minha vida. Não consigo explicar absolutamente nada. Será que a gruta foi um sonho? Será que a minha própria mente decidiu pregar-me a partida de me fazer descer uma escadaria fictícia, fazendo com que um poema ecoasse nos recantos da minha imaginação?
Gostaria que assim fosse. Isso significaria que existia uma explicação racional a que podia agarrar-me, relativamente aos eventos do dia anterior.
Tudo o que sei, neste momento, é que esta manhã despertei no interior do meu carro. Soltei uma gargalhada estridente, pois a última coisa de que tinha memória foi um som obscuro e furtivo junto de mim, no interior de uma sala lúgubre cujo acesso era feito através de um alçapão secreto de uma gruta. Recordo-me de ter entrado momentaneamente em pânico. Tratou-se de uma sensação fugaz, pois a partir desse momento perdi a minha consciência.
“Foi um sonho”, pensei automaticamente ao fitar a folhagem das árvores recortada no cinzento das nuvens, que se desenhava perante mim do interior do meu automóvel. Sem saber como, aparentemente perdi os sentidos e vim para aqui mecanicamente. Ou pior, alguém me trouxe até aqui.
Contudo, mal tentei mexer-me, verifiquei que não se tratou de sonho nenhum. Abri a porta do carro e assim que pus o pé no chão senti-me a abater com as dores e com o peso do meu próprio corpo. Puxei a perna das calças para cima e conferi os meus receios: tinha o tornozelo bastante inchado. Senti um baque no estômago ao pensar que isso só podia dever-se à queda que dei ontem.
Não sei o que se passa, mas todas as fibras do meu ser me dizem que é agora imperativo voltar àquela gruta. Não consigo explicar, mas sei que há respostas por descobrir lá dentro. Nem que para isso tenha de enfrentar o que quer que lá habite mais uma vez.
Todavia, durante o resto do dia de hoje vou apenas dedicar-me a procurar mais alguns alimentos para a minha subsistência, assim como a estudar o poema que li naquela parede. Seria impensável retornar à gruta já hoje. Não com o tornozelo neste estado.
Gostaria que assim fosse. Isso significaria que existia uma explicação racional a que podia agarrar-me, relativamente aos eventos do dia anterior.
Tudo o que sei, neste momento, é que esta manhã despertei no interior do meu carro. Soltei uma gargalhada estridente, pois a última coisa de que tinha memória foi um som obscuro e furtivo junto de mim, no interior de uma sala lúgubre cujo acesso era feito através de um alçapão secreto de uma gruta. Recordo-me de ter entrado momentaneamente em pânico. Tratou-se de uma sensação fugaz, pois a partir desse momento perdi a minha consciência.
“Foi um sonho”, pensei automaticamente ao fitar a folhagem das árvores recortada no cinzento das nuvens, que se desenhava perante mim do interior do meu automóvel. Sem saber como, aparentemente perdi os sentidos e vim para aqui mecanicamente. Ou pior, alguém me trouxe até aqui.
Contudo, mal tentei mexer-me, verifiquei que não se tratou de sonho nenhum. Abri a porta do carro e assim que pus o pé no chão senti-me a abater com as dores e com o peso do meu próprio corpo. Puxei a perna das calças para cima e conferi os meus receios: tinha o tornozelo bastante inchado. Senti um baque no estômago ao pensar que isso só podia dever-se à queda que dei ontem.
Não sei o que se passa, mas todas as fibras do meu ser me dizem que é agora imperativo voltar àquela gruta. Não consigo explicar, mas sei que há respostas por descobrir lá dentro. Nem que para isso tenha de enfrentar o que quer que lá habite mais uma vez.
Todavia, durante o resto do dia de hoje vou apenas dedicar-me a procurar mais alguns alimentos para a minha subsistência, assim como a estudar o poema que li naquela parede. Seria impensável retornar à gruta já hoje. Não com o tornozelo neste estado.
Luís Mendes
Alenquer
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