23 Dezembro 2013
Publicada por Um Dia à Vez
Acordámos cedo com o intuito de chegar ao segundo terraço da
terra o mais cedo possível. Encetámos uma caminhada por entre pequenos vales.
Greb e Berg discutiam com Rui sobre o reinado dos ratos (assunto do qual nada
entendi), depois falaram da evolução da centopeia (assunto que eu também não
compreendi).
Por minha vez limitei-me a ir andando e a observar o que me
rodeava. Um mundo em nada parecido com aquele que outrora tinha sido o meu.
Já
após ter percorrido cerca de 5 ou 6 quilómetros, é que me apercebi com estupefacção que os
vales estavam também a andar, e só aí é que me apercebi com uma estupefacção
ainda maior que os vales eram na realidade as carapaças de escaravelhos
gigantes que caminhavam no horizonte, numa migração típica desta época
(conforme me explicou Rui).
Quando chegámos a uma baía de musgo, Rui apontou para um
elevador situado anacronicamente mesmo no centro da baía, e exclamou:
-Apanhamos aquele é mais fácil!
Seguiu-se uma longa discussão entre Berg e Rui sobre as
vantagens de apanhar ou não o elevador, mas eventualmente Rui levou a melhor e
seguimos todos para o ascensor dourado.
O elevador não tinha botões, e era composto por um mecanismo de
correntes que me pareceu bastante
antiquado. Tínhamos começado a subir há pouco, quando o elevador parou. Berg
olhou fulminantemente para Rui, e eu percebi que o elevador se tinha avariado.
Iniciou-se mais uma longa discussão entre o anão e o pinguim que dura até agora.
Como me sinto a ser vencido pelo cansaço, vou deixá-los continuar a discutir e
tentarei dormir.
Miguel Estorninho
Abrantes
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