10 Dezembro 2013
Publicada por Um Dia à Vez
Cada dia que passa, chega-me com a certeza de que o meu
caminho se inclina cada vez mais para um tenebroso final. O meu corpo mantém-se
funcional (dentro dos limiares mínimos de sobrevivência), mas a minha mente
definha. Mais do que perdido, sinto-me ausente. Mais do que ausente, sinto-me
vazio. Mais do que vazio, sinto-me morto. Nada do que eu diga, faça ou pense
tem qualquer valor para os outros. Nada do que os outros digam, façam ou pensem
tem qualquer valor para mim.
Estou entregue a mim próprio, estou sozinho comigo, e por
esta altura eu não sou grande companhia. Não sei se todas aquelas visões, se
aquele monstro semelhante à Mariana existe no mundo terreno ou apenas na minha
mente, mas sei que esse monstro existe comigo, e que não me vou livrar dele.
Pedro Saraiva
Lisboa
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