domingo, dezembro 08, 2013

8 Dezembro 2013

Publicada por Um Dia à Vez


Sinto que permaneço num estado de permanente sonolência. Deus sabe o esforço que faço para ir escrevendo estas páginas. As pálpebras estão pesadíssimas e por vezes tenho a estranha sensação de que as minhas letras deixam um rasto de tinta no papel, que se vai contorcendo como uma serpente nos seus derradeirossegundos de vida. Estou a escrever com um lápis.

Quer isto dizer que muito provavelmente continuam a drogar-me. Ainda só não sei porquê. Gostava de saber o que me afecta. Eu tenho a noção de que estou a ter alucinações. Gostaria que o médico, o psiquiatra ou o enfermeiro fossem francos comigo. Eu não seria um daqueles malucos que se recusa sempre a acreditar que está a ficar maluco. Nem pensar. Eu seria um maluco muito mais afável. Isto porque neste momento penso que essa seria uma informação que iria deixar-me muito mais aliviado. Sofrer de esquizofrenia ou algo similar, implicaria que muitas das coisas que vi nos últimos dias foram fruto da minha imaginação. Doce pensamento.

Ghosts are real. Mariana… Seria uma mensagem do meu subconsciente? Será ela viva apenas na minha mente? E Pierre? Será ele também um ser criado nos confins da minha mente?

They live inside us. Que quererá esta frase dizer? Mais uma a adicionar a todas as outras frases que me obriguei já a decorar. A tatuagem que agora me acompanha, o poema na gruta… Quem vive dentro de nós? Os fantasmas? Ou os fantasmas de um ideal? Serão Mariana e Pierra ideais à beira de morrer?

And sometimesthey win. Por Deus, que façam já o xeque-mate e que acabem com isto de uma vez por todas.


Daniel Reis
Lisboa

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