4 Novembro 2013
Publicada por Um Dia à Vez
Hoje sinto-me melhor, acho que o chá da Elvira começa a fazer efeito,
se bem que já me disseram que “a gripe cura-se é com um bom bagaço com Mel”,
dizem as pessoas da aldeia, aquelas que tem o tão conhecido “conhecimento empírico”,
e que resultou em “mézinhas” naturais e que curam tudo.
Acordei com um certo nó na garganta pois durante a noite, o meu
pensamento fez por não me esquecer que “a Mariana” estava tão perto. O meu
corpo enregelava só de pensar no que poderia acontecer e começam a surgir as
“tais dúvidas que qualquer um tem em relação a um ex-namoro. “Será que namora?”
“Será que já casou?” e a mais pertinente de todas “Será que ainda se lembra de
mim?”, pois afinal de contas eu tinha na altura 16 anos, e já passaram 14 anos.
“Longe da vista, longe do coração”, mas até que ponto isso será verdade, afinal
de contas um primeiro namoro (dito sério) não se esquece assim do pé para a
mão.
De repente ouve-se assim ao fundo: “Fernandinho, o pequeno-almoço está
pronto, estás acordado?” ao que a minha resposta foi, devido a uma habitual má
disposição matinal que herdei da minha mãezinha, um redondo “Não!”. “Deixe-se
de brincadeiras” disse Elvira, “venha tomar o pequeno almoço, que tem que estar
pronto para o almoço, que vamos ter visitas.” O meu coração naquele momento, ao
invés de parar começou aos pulos, galopante como o passo de corrida de um
cavalo em fúria, mais uma vez certas questões surgiram. Sendo eu um licenciado em
História, sempre tive grande apreço pelas memórias, pois é disso que a história
é feita. E pronto, lá vêm os pensamentos sobre a Mariana à cabeça outra vez,
pois ocorreu-me agora que uma das memórias que tnho é que era muito recorrente
durante as férias a minha família e a dela fazermos um intercâmbio gastronómico
“Inter-Casas” entre as duas famílias, e que ela vinha cá muitas vezes, será que
vai ser igual?
Apronto-me para o dito almoço depois de um bom pequeno-almoço,
tipicamente português à moda do interior que era composto por leite, café, pão
com manteiga, queijo fresco (feito na terra) e uma diversa variedade de
enchidos (pff, ainda dizem que os pequenos almoços estrangeiros são melhores).
“Coma Fernandinho, precisa de comer, está muito magrinho.” Isto dito a uma pessoa com excesso de peso
cai mesmo bem na alma.
Chegou a hora do almoço, e qual não foi o meu espanto quando as visitas já estavam a chegar, mas mais espantado fiquei quando não vi a Mariana a chegar, “Será que não quis vir?” “Será que chega atrasada?”
Chegou a hora do almoço, e qual não foi o meu espanto quando as visitas já estavam a chegar, mas mais espantado fiquei quando não vi a Mariana a chegar, “Será que não quis vir?” “Será que chega atrasada?”
Entretanto depois de chegarem, a dona Berta e o senhor José
apressaram-se a informar-me “A Mariana vai chegar um pouco atrasada, espero que
não se importem.” A minha querida mãe fez o favor de não se chatear e disse
“Pronto, não faz mal, vamos começando a atacar as entradas.” Conversa puxa conversa,
o tempo passa e eis que batem à porta. Era ela, e qual não foi o meu espanto
quando a vi atravessar a porta, com os raios de sol que a porta permitiu entrar,
formando uma aura à volta de Mariana, só que agora, elas estava com quase o
dobro da idade, e era agora uma mulher, e que rica mulher, fui o primeiro a
levantar-me da mesa, para a ir cumprimentar, quase que corri, mas hesitei para não parecer
um solteiro, desempregado e desesperado. Cumprimentei e disse “vamos comer
antes que arrefeça, que resultou num sorriso. O Almoço passou a lanche, que
passou a jantar tão rápido como o “Diabo esfrega um Olho”. No final do jantar, e depois de ter as minhas
dúvidas esclarecidas (ela estava solteira), decidi avançar e dizer “Vamos tomar
café?” ao que a resposta foi “Fernandinho, acorde, venha tomar o pequeno
almoço!”
Pronto, lá me levantei e fui tomar o pequeno almoço, e assim sendo foi o que tive de mais interessante neste dia. E que dia tão produtivo, um dia em que se fez um misto de nada e de coisa nenhuma, nesta aldeia onde outrora tinha o dia cheio de coisas para fazer.
Pronto, lá me levantei e fui tomar o pequeno almoço, e assim sendo foi o que tive de mais interessante neste dia. E que dia tão produtivo, um dia em que se fez um misto de nada e de coisa nenhuma, nesta aldeia onde outrora tinha o dia cheio de coisas para fazer.
Mondim de Basto
Ainda não percebi o nome da personagem, é Francisco ou Fernando?
ResponderEliminarO nome da personagem é Francisco Fernando.
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